26/07/2009

REFLETEXÕES

REFLETEXÕES
Reflexões que, tal qual o espelho, refletem instantaneamente o que queremos ver, sem um suporte mais denso como um conto, uma crônica ou um romance. Que assim sejam.

Do início até os cinco anos a foto revela a vida; após e até o fim, a interpretação de um personagem.

A diversidade na vida judaica é uma das características da unidade do povo judeu.

ADMIRAÇÃO: Ela se admirava que os homens, admirando sua qualidade calipígia, não se admirassem com sua admirável beleza interior.

Como dizia Mario Moreno(Cantinflas) : En la vida se llega a un punto coma que no le importa lo que se coma punto.

BRASIL, um país de semi-analfabetos. O Presidente, a primeira metade, seus eleitores a segunda.

25/07/2009

BENIAMINI

II Concurso CCMA de Literatura - CONTO
MENÇÃO HONROSA

BENIAMINI

Cada viagem é uma viagem, oniricamente falando. Ainda mais se para a terra das nossas raízes, onde finalmente – e como !-, troncos, galhos, folhas, flores e frutos – milhares de ! – explodem, em vigorosa e profícua diversidade, típica da alma judaica; a unidade na diversidade, gente muito gente e golems, inclusive.
Vivenciam-se fatos, ouvimos História e estórias, e trazemos as que mais teem a ver com o que queremos ver. A minha, contada numa visita às escavações no Muro das Lamentações, pelo excelente guia – porque orgulhoso do que fazia -, certamente muitos já a ouviram, muitos ainda a ouvirão, mas quero contá-la porque ao final de cada versão se faz uma nova verdade. Foi assim :
Quando ele chegou, já tinha uns setenta anos. Corpo franzino, mas rijo, um pouco encurvado, um brilho alegre e decidido no olhar. Pouco loquaz, era sobrevivente dos campos de extermínio e queria um emprego, junto ao Muro e no setor de limpeza. O encarregado do pessoal vasculhou seus registros, a intenção era arranjar-lhe uma vaga. “Se fosse em outro setor, teríamos agora, mas o senhor insiste...”
- Pois é, é isso mesmo e eu fico muito agradecido.
- Então só para daqui a dois meses. Vai vagar um lugar.
- Tá bom, eu espero; e lhe fico imensamente grato. Volto na data que o senhor marcar, aqui estão meus papéis, pode registrar e até lá. Shalom!
- Shalom. Como é mesmo o seu nome?
- Beniamini, Shmuel.
Pontualmente, dois meses depois, ele se apresentou. Trâmites burocráticos realizados, o encarregado apresentou-o aos colegas e à sua mesa de trabalho.
- Adoni, eu acho que o senhor esqueceu ou houve algum engano; eu quero trabalhar na limpeza, no Muro.
- Mas meu velho, sejamos francos: para seu estado físico e idade, limpeza externa é um serviço muito pesado. Pode não sair bem feito, pode não lhe fazer bem, e a responsabilidade é minha, em ambos os casos.
- Pode deixar, eu garanto e faço questão. Depois do que eu já enfrentei não vai ser uma vassoura que vai me derrubar e chuva e sol não me dizem nada. Pode deixar, fique tranquilo.
E, promessa feita, promessa cumprida. Um bom par de anos o velho cumpriu suas obrigações com eficiência e decisão. No semblante, um ar de prazer, de projeto realizado. Itzhak, o guia, curioso, com o tempo foi se chegando a Beniamini, puxando conversa, trocando idéias, pedindo opiniões. Ganhara sua confiança e, agora, costumavam comer sanduíches juntos, à hora do almoço, sentados na mureta em frente à entrada dos sanitários públicos.
- Shmuel, diga-me uma coisa, sinceramente; o senhor não acha que deveria trabalhar em outro setor? Isto é muito pesado para sua idade. Ou será cabeça-dura de judeu velho?
- Não, meu rapaz. Tudo na vida tem sua razão, senão as coisas ficam sem sentido. Não sou cabeçudo, sei o que quero e estou feliz assim; enquanto der, estarei aqui, não quero outra vida. Até já quiseram botar um russo, recém chegado, no meu lugar, mas a briga foi boa e aqui continuo.
- Mas então me diga, por quê?
- Vou te contar. Imagino que alem de você, muitos outros devem ter a mesma curiosidade. Vou te contar e pode espalhar. É até bom!
Quando eu estava em Auschwitz, eu trabalhava na faxina, na limpeza externa. Sol, chuva, neve, lama, nada importava; decidira comigo mesmo que aquilo seria uma forma de me manter fisicamente bem, encarava como exercício, era minha academia de ginástica. Tinha que resistir, estar firme, nas minhas orações nunca esqueci o Shemá e “ano que vem em Jerusalém”.
Havia um tenente nazista, alto, forte, um típico exemplar de ariano puro, como eles se achavam, se é que isto existia, que, por algum motivo que eu nunca soube nem quis saber, eu não diria que se afeiçoou por mim, mas pelo menos não me odiava definitivamente. Isto me garantia alguma ração de comida a mais e pancada a menos. Ele, que não sei que fim levou, até que tinha algum conhecimento do ritual judaico, alguma relação frustrada, não sei, pois nunca deixava de, sorrindo maquiavelicamente, toda vez que podia, me apontar a coluna de fumaça que saía do forno crematório e dizer: “Pode ter certeza, ô velho, ano que vem em Jerusalém só por aquele meio de transporte !” E ria, uma risada que eu nunca vou esquecer.
Eu aceitara o jogo, achava que assim teria forças e a cada fustigada do grande guerreiro reagia intimamente, me firmava na decisão: vou sobreviver, vou trabalhar para sempre na faxina, na limpeza, mas em Jerusalém; ano que vem!
E é por isso que vencemos. Aqui estou, cumprindo meu plano de vida arquitetado no campo da morte. Sou feliz, não me queixo e não quero outra vida; casei de novo, tive filhos, netos, que mais posso almejar?

O guia, no final de sua estória, estava emocionado. Nós também. Todos, sem nada combinar, tocavam o Muro com a mão.
- Que fim levou Beniamini?, - alguém perguntou.
- Ainda trabalha na limpeza externa; deve estar com mais de oitenta anos - foi a resposta.
Por quantos anos e para quantos mais esta estória será real?
Para sempre e para todos, é preciso que assim seja.


Uma amiga, a quem contei esta estória, ou melhor dizendo, esta versão desta estória, me escreveu:
... creio que tivemos o mesmo guia, pois a história contada é quase igual, só que achei que há uma incongruência na cronologia e nas idades, na história do Beniamini. Estou certa?
Anita............., Rio de Janeiro, por Email


É pode ser; deixando de lado as emoções, o que não melhora em nada a estória, incongruência há. Mas, não levemos tão a sério as datas, a razão; entreguemo-nos à fantasia, à poesia. Faz um muito mais do que bem!
O que importa é o sentido que tiramos das coisas, fatos ou versões, pois elas flutuam, bailam ou desmancham no ar; sem tanto os pés na terra; triste quem os têm permanentemente. O próprio Beniamini não é um, são tantos, são vários, sempre, através dos tempos. Quando outro, a estória seria diversa, quem sabe?, talvez...
Shmuel Beniamini, naquele dia, estava um pouco mais cansado do que de costume. Mesmo assim, cumpriu sua rotina matinal e, na hora certa, de todo dia, estava no trabalho. Faxina e limpeza no Muro das Lamentações, que já começava a se agitar, com a aglomeração de religiosos e turistas. Havia acordado com a sensação de que aquele dia não seria igual aos outros; o que era bom, afinal com o passar do tempo já sabia exatamente o que seria o minuto seguinte ao minuto passado; rotina...
Abaixando-se para apanhar um jornal que havia sido deixado ao pé da lixeira, sua atenção foi atraída para uma foto estampada na primeira página. “ Mais um empresário que estava ficando mais rico do que já era”. “Estranho, será que já vi este camarada?” “Bobagem, quem sou eu, não freqüento estas rodas...” “ Ele na dele, eu na minha e Deus contra todos...
Shmuel sentiu algo como um mal estar rondando sua cabeça. Endireitando o corpo, para respirar melhor, reparou no casal quase à sua frente. “O cara da foto!” Ela, mais afastada dele, com um xale nas costas e uma echarpe cobrindo-lhe a cabeça; ele, terno escuro, de fino corte, elegante. Recuavam, afastando-se do muro, andando para trás, passos miúdos, reverentes. Quase arrastando-se.
O velho prestou mais atenção no casal; a sensação não era confortável. Ela, cabisbaixa, ele, encurvado, como se carregasse um pesado fardo às costas. Seus olhares se cruzaram, e fixaram-se um no outro; o elegante, um olhar de penitente, Shmuel, brilho e glória.
- Mein Herr, wie geths? –exclamou o velho, o mais alto possível que não parecesse um grito.
O homem encurvou-se mais ainda, virou-se, tropeçou, e apoiado no braço da mulher, apressou o passo, dirigindo-se para o setor cristão da Cidade Velha.Ressoava em seus ouvidos a última frase que Beniamini lhe dirigira, olhos brilhando, expressão finalmente vitoriosa, no rosto intensamente enrugado, por baixo dos seus cabelos alvíssimos:
- Há quanto tempo, tantas vezes, desde o ano passado, o esperamos em Jerusalém! Shalom!





19/07/2009

DO LAR

1º CONCURSO GUEMANISSE DE TEXTOS HUMORÍSTICOS
MENÇÃO HONROSA

DO LAR


- Boa noite, princesa.
- Oi.
- Não dá para um sorriso ou será que não fiz por merecê-lo?
- Pô, não começa, cara. Pera um pouco.
- Está bem, acato. Meu destino é perar.
- Ih! Não faz drama; chega esse aí, o das seis. Já vai acabar.
- Está tudo bem, Zê. Quando minha humilde pessoa merecer a luz dos seus olhos, ilumine-me.
- Vai, vai logo tomar teu banho. Depois a gente conversa, janta, dá tempo de sobra pra das 8.
- Tchau. Fui.


- Tá bom?
- Tá.
- Tá ou tááá?
- Médio. Melhor se feito com amor.
- Amor na cozinha cheira a cebola ou alho.
- Pelo menos é mais ardente.
- De alho?
- Essa foi infame.
- A gente faz o que pode.
- Mas quando não pode, não faz.
- Obrigado Rui.
- Euzébio. Barbosa, mas Euzébio.
- Tuzébio?
- Dá pra falar sério?
- Pra quê?
- Você saiu hoje? Pegou um ônibus?
- Por que?
- Calma, não se assuste?
- Assustar, eu?
- É, você mesma. Quase entornou a água.
- Deixa de bobagem. Por que essa CPI agora?
- Mera curiosidade profissional. Amanhã, se tiver tempo ou algum compromisso, vai de ônibus. Quero ver se você nota alguma coisa diferente no transporte.
- Pode deixar, vou de ônibus. Até porque sou a única que não tem carro neste condomínio. Agora come, que já são quase oito.
- Tá bom; não é fácil ser casado com uma intelectual global.
- Bem que você gosta também...
- Eu não; vejo porque está ligado.” En passant”, como dizem os franceses.
- Você e a torcida do Flamengo.
- T’esconjuro!


- Boa noite, Princesa.
- Oi.
- Como foi seu operoso dia? Deu pra tudo? Cerziu minhas meias?
- Dar não dei, mas tive vontade.
- Olha, mulher, olha o respeito.
- Então se toca. Que quié isso, essas perguntinhas?
- Meias, não sabe? Aquilo que o vulgo usa entre o pé e os borzeguins.
- Quê?
- Que o quê? Meias ou borzeguins?
- Não, ô literato! Cerzir. Que que faz com isso?
- Não dianta! Não se fazem mais mulheres como antigamente... Saudades de minha saudosa mãezinha, Deus a tenha!
- Ué, pula pela janela que logo logo vai encontrar ela.
- Muito fino. É essa sua poética que me seduz. Sem mãe no meio, tá bem?
- Então não me provoca. E você, muito trabalho naquela bendita repartição?
- Departamento, minha filha, Departamento. De Concessões. Assaz importante, se quer saber. E seu maridão aqui é o chefe, tá? CHEFE, com letras maiúsculas; o detentor do poder.
- Puxa, conte mais! Só não tou careca de tanto ouvir isso porque uso Sedabrilho nos meus lindos cabelos; eu e a Donatela.
- Dona quem?
- Cara, não se faça de desentendido. A Donatela, a das nove, você sabe muito bem...
- Ah sei, aquela gostosa !
- Olha, me respeita! Te faço uma circuncisão tamanho família.
- Mas então, andou de ônibus hoje? Reparou algo de extraordinário?
- Andei, você não pediu? Agora, reparar mesmo, que eu me lembro, só a imundície desses ônibus. Até barata tinha. Teu Departamento não faz nada, não?
- Ei, vamos com calma. Em primeiro lugar, não é com o meu Departamento; em segundo, o que era pra notar você nem notou. A dondoca só se liga em novela, não é mesmo?
- Vai, desembucha logo, o quê que era pra mim notar?
- Você já reparou nas várias plaquinhas com avisos, pregadas junto ao assento do motorista? Então, tem uma nova, do meu Departamento; que eu crei. Um primor!
- Por que?
- Por que o quê?
- Por que é um primor?
- Porque eu criei, ora! Levei dias compondo o texto, burilando o vernáculo, pesando a força das palavras.
- E precisa tudo isso aí pra fazer uma plaquinha?
- Claro, minha deusa. É necessário ser direto, objetivo, claro e incisivo; senão, babau : ninguém entende ou leva a sério; sabe como é esse Zé povinho...Só um chefe para fazer isso. Um chefe com características de líder. Eu, às suas ordens!
- Tudo isso? É preciso mesmo, Napoleão?
- É sim. Pode debochar, mas é que você não alcança a importância das ações públicas. Você fala em Napoleão como se eu fosse um maluco, mas, podes crer, a criação de uma placa deste teor é um paralelo ao Napoleão, sim, mas diante da travessia do Rubicão. Sacou?
- Rubicão? Onde é isso?
- Esquece, você só conhece é o Marquês de Rabicó.
- Conheço? Eu?
- Já esqueceu? Foi o único livro que você leu e já não lembra mais. Monteiro Lobato. Pedrinho, Narizinho, Emilia, Sítio do Pica-pau Amarelo.
- Ah, mas isso faz muito tempo. E o tal do Rubicão? Qual é a dele?
- É uma expressão, mulher! Significa estar diante de uma decisão ousada e sem volta. Irrevogável.
- E o tal do Napoleão, atravessou ou não?
- Não, porque não foi ele. Foi um outro general, não me lembro qual, mas das antigas. Das muito mais.
- E a tal plaquinha, qual é a dela nessa travessia?
- Já disse, esquece o Rubicão. A plaquinha impõe penalidades ao usuário do transporte público, defende o meio-ambiente e protege a coletividade. O texto é mais ou menos assim, resumindo, para você entender: “Fica expressamente proibido o uso de aparelhos sonoros no interior deste veículo. No caso de não obediência a esta postura municipal, o recalcitrante será retirado do veículo.”
- Não entendi nada.
- Como não? Está direta, objetiva, clara e incisiva. Quem ficar ouvindo radinho de pilha alto vai ter que descer do ônibus.
- Cê não tá no ônibus mas tá viajando! Primeiro, se ainda existe e está pregada, é muito pequena, eu não vi; segundo, isso de aparelho sonoro, radinho de pilha, hoje em dia, não existe mais, é do tempo da minha avó; se toca, cara, estamos na geração Ipod e,terceiro, ninguém sabe o que é recalci..., como é mesmo isso aí da sua genial criação?
- Recalcitrante; um indivíduo obstinado, teimoso, desobediente, que se insurge e resiste contra algo determinado.
- E por que não diz logo? Fica de frescura, deitando falação e aí ninguém entende mesmo. Depois vem dizer que o povo é ignorante! Não é não, cara, pode até chegar a Presidente da República e sem saber o que é recalcitrante. É só ser recalcitrante.
- Meu Deus! Tenho que apelar pra mim mesmo aqui nesta casa. Depois querem que o Serviço Público funcione a contento. Não há um fulcro comum entre autoridade e autorizados.
- Quer saber, Euzébio ? Esse papo de Rubicão, plaquinha recalcitrante e sei lá mais o que, já me encheu o saco! E olha que não o tenho! Gostou das concordâncias, sabichão? Vamos ver a das nove que é bem melhor. Relaxa.
- Tá bem, cê tem razão. As partes não reconhecem o valor dos servidores mesmo e, portanto, não os merecem. Pra mim, por hoje, chega.
- E pra mim, então?

E para o leitor, também. Afinal a das nove já vai começar. Tempo de prestar atenção ou desligar.


10/07/2009

EXISTENCIAIS

NÃO HÁ NEM RESTA DÚVIDA QUANTO A.

Peripatetizava ser politicamente correto.
Incongruência!
Em sendo politicamente, não é correto.


APUD O BARDO

Ser ou não ser, eis a questão.
Ser um ser, essa a questão.
Qual questão é a questão?

NELSON, quatro vezes sete.

Aos 7, Laurinha, a mãe, deixou-o ; a ele e a Alfredo, seu pai ; por Rodriguinho, alegre e leal amigo.
Aos 14, desilusão e depressão, a vida deixou Alfredo, que deixou-lhe nada.

Dna. Laura e o Dr. Rodrigo, provecto advogado, apareceram e o deixaram ; nada havia.
Aos 21, finalmente Laura, fixação desde os 14; véu e grinalda.
Aos 28, Laura deixou-o por Alfredo, amigão de todas as horas, nenhuma palavra sequer. Deixou a vida. Chumbinho.

DIÁLOGOS HIPOTÉTICOS

DIÁLOGOS sem provas , baseados em indícios que as dispensam. Um testemunho histórico do Estado Nacional do Brasil que leva o nacional do Brasil a um estado histérico, no ano da graça, muito sem graça , de 2007 , sobre :

O PODER EXECUTIVO
- Ministra, em relação à política do Meio Ambiente , a ideologia do Presidente é vermelha ou verde ?
- Loura.

O PODER LEGISLATIVO
- Pai , o que é politicamente correto ?
- Filho , aqui, falsidade ideológica , corrupção , desvio de dinheiro público , é , politicamente
correto.

O PODER JUDICIÁRIO
- Companheiro togado , eu solto Vossência hoje , você solta Nossência amanhã . Certo ?
- Combinadíssimo , Meritíssimo . É mister precavermo-nos todos. Sempre.

A RELIGIÃO
- ?
- 10 % , irmão .

A POLÍTICA
- ?
- 10 %
- Meu irmão, não dá nem pra começar a conversar.
Quem gosta de migalha é bem-te-vi e eu não tô te vendo .

RELAÇÕES PÚBLICAS
- Irmão, Mermão, Irmãozinho, Meu irmão, Brother, Bro. !
- Lá vem armação.
A JUVENTUDE
- Meu pai é Deputado Federal.
- Chato , né ?!
- Pô , mas ...
- Não liga não , você não tem culpa. Por mim tá tudo bem .

A LEITURA
- Qual o seu livro de cabeceira ?
- Se você lê muitos livros você embaralha o pensamento , e perde o rumo do seu objetivo . Se você não lê nada , o seu caminho se esclarece, acende uma luz no fundo do túnel e aí é só meter a cara que você é capaz de alçar aos mais altos postos republicanos de um Estado; pelo menos aqui.

ARQUITETURA E ARTE : DITOS NO SEC. XX

1 – A pirâmide do Louvre é a Tour Eiffel do século 20.
2 – Mies van der Rohe : “Less is more”.
3 – Crítica à Frank Lloyd Wright, sobre o Guggenheim Museum: “Sua arquitetura não combina com o entorno”.
Resposta: “O entorno é que não combina com a minha arquitetura”.
Corroborando: De fato!
4 - A arte é expressão do belo; o feio, como arte, não o é – quando muito, expressão de demônios e instintos interiores.
5 - O feio, na arte, não é uma questão para Michelangelo, é sim um problema para Freud.
6 - Instalação, cenografia à procura de um texto que justifique sua existência.
Há lugar para uma Instalação na sua casa , na sua sala ? ; não sendo você o autor, é claro.

06/07/2009

LETRAS MINIMALISTAS

1
MACHADO, 100 ANOS. UM EVENTO

Veleidades literárias, jovem, como outros tantos, as tivera.
Bacharel em Direito, perpetrara tanto sonetos quanto curtas prosas.
Ambição e mundo dos negócios lhe incensara o deus Marketing.
Letras, então, postergadas.
Machado, 100 anos depois. Semana, mês, efemérides, seminários, reedições e releituras, o que está na moda.
Moscas mil em torno do mesmo confeito.
Cáspite! Um livro! Surfemos nesta onda, o que é uma boa.
Não tem erro: é best-seller, com certeza...!
Vã tentativa. Perdera a mão; nem que fora dedilhar, tão somente, estava capaz de.
Não era fácil o Bruxo do Cosme Velho!
Passemos ao largo, pois. Menos, hoje, pode ser mais. Loja de rua.
Temakeria Machado, a Academia do Saber Sabor.
Muito mais seller. O Bruxo do Largo do Machado! Eu. Lado a lado.
Supimpa!
2 3º lugar 1º Concurso Crônicas Cariocas Universidade Castelo Branco, RJ
SÓVÓMESMO!

- Guilherme, vai escovar os dentes !
Tempo.
- Guilherme, vai escovar os dentes !
Tempo.
- Deixa eu te cobrir – um beijo - , um beijo, durma bem, meu amor.
Tempo.
- Guilherme, mas eu não disse para escovar os dentes ?!
- Mas vóóó, eu escoveeei !
- Como você escovou se a escova está lá na pia, com pasta e tudo ?
- Eu escovei, vó. É que eu já deixei preparado p’ra amanhã de manhã.
A vó acredita. Por que não há de?
3
REVEZAMENTO

Meu bem,
Pierre de Coubertain tinha razão : o importante não é vencer , mas, sim,competir bem.
Estou no nosso vestiário, nosso pela última vez, dessa vida de atletas. Me lembra toda nossa trajetória de competição. Não que não tenha valido a pena; valeu, mas agora não vale mais.
Estou fechando o armário e saindo para outras paradas, deixando para trás conquistas e fracassos.
Ouros, pratas, bronzes, e muitos ouropéis.
É preciso saber a hora de sair, de mudar de opção e de pista, quando se percebe que o que aparenta deixa de funcionar. Soa o gongo.
Parto para um segundo tempo, o derradeiro. Nem sempre se chega ao podium, mas há que busca-lo. Vale tudo, a beleza e harmonia do sincronizado, a perseguição, seja média ou longa a distância, com ou sem barreiras, os saltos, triplos ou em extensão.
Sei que, à primeira passagem, parecerá deixarmos cair o bastão, mas a recuperação virá, com esforço e tenacidade, tempo e coragem.
Adeus e obrigado por tanta força. Te amo. Fui !

05/07/2009

Marketing brega

Já perceberam quão brega é aqueles vendedores de colchões , nas lojas Ortobom, fantasiados de médico?